domingo, 6 de maio de 2007

Hola!






Oi amigos,

criei este Blog para contar um pouco sobre nossa viagem de férias pelo sul do Peru e pedacinho da Bolívia. Quando estávamos planejando a viagem, tivemos muita dificuldade em encontrar boas informações sobre como ir, aonde ir, quando ir etc. Espero que este blog ajude àqueles que desejam fazer o mesmo passeio.
Podemos dizer que cada viagem é um aprendizado, mas esta, em especial, foi um curso intensivo. O Peru é um país muito próximo (cerca de seis horas de vôo), mas, ao mesmo tempo, muito distante (culturalmente falando).
Entre desertos, serras e vulcões, passamos 28 dias incríveis, mesmo tendo que lidar com as surpresas da natureza e com o povo que trabalha com turismo (completamente despreparados). Tudo vale a pena, mas é uma delícia voltar pra casa!

Nosso roteiro foi o seguinte: RJ /Lima / Pisco / Ica / Nasca / Arequipa / Puno / Copacabana / La Paz / Cusco / Lima / RJ.
Seguindo este roteiro, veja ao lado as postagens sobre cada cidade, já que as ferramentas do blog não me permitem colocar na ordem.

Pisco e Paracas

Ficamos apenas um dia em Lima. No dia seguinte fomos para Pisco. Em Lima não existe rodoviária. Cada ônibus sai da garagem da própria empresa, embora sejam próximas umas das outras. Várias empresas fazem o trajeto Lima x Pisco, mas a única que pára dentro da cidade á e San Martín. Os ônibus saem de hora em hora, a viagem dura 4 horas e a passagem custa S/13. Os ônibus são muito, muito velhos e sujos, toca música peruana a viagem inteira e entram pessoas vendendo picolé, milho, empanadas e, até mesmo, remédio milagroso para ácido úrico. Eu adoro milho verde, mas o milho peruano é um caso a parte. Os grãos são enormes, os vendedores colocam numa bandeja e pegam aquilo com as mãos. As pessoas não comem como a gente, mordendo a espiga. Eles comem grão por grão, arrancando um a um. Realmente uma viagem!!!!!


A estrada vai contornando o mar e ficamos impressionados com o litoral. É um deserto e a estrada vai cortando dunas de areia. Os terrenos perto da praia não têm casas bonitas como aqui. Muitos têm placa de vende-se e outros tantos são ocupados por granjas.


Bom, chegamos em Pisco e fomos abordados por dois "catadores", como são chamados por lá aqueles que indicam hotéis, passeios etc. Como estávamos um pouco perdidos, sem saber para onde ir, fomos até a agência de viagens deles. Ali fechamos um pacote para conhecer as Ilhas Ballestas e a Reserva Nacional de Paracas. São dois passeios no mesmo dia, mas você pode optar por um deles apenas. Os dois nos custaram S/55 por pessoa, mas não incluía a entrada na reserva e na ilha, que custam S/14 ao todo.


OBS: Na praça de Pisco têm várias agências de turismo.


Nos hospedamos num hostal chamado San Isidro. No hotel tem piscina, internet, Tv a cabo, totó, sinuca e cozinha. Cafá da manhã é à parte. A diária de casal custava S/70 (http://www.sanisidrohostal.com/).



Neste dia almoçamos ceviche, um prato típico de peixe cru. Delicioso! Olha o milho aí na foto!






Em Pisco você pode pegar mototaxi (comum no Peru) a S/1 para qualquer lugar, embora não se tenha muito pra onde ir.

O passeio para as Ilhas Ballestas e Reserva de Paracas saem às 7:30h da manhã. Um micro, microônibus (se vc tem pernas compridas vai ficar espremido!) te pega no hotel e te deixa no porto de Paracas, de onde sai a lancha para a ilha. Bloqueador solar e chapéu são necessários, para o sol e para os cocôs de pássaros, respectivamente. :-P



No porto de Paracas existem muitos pelicanos e já na lancha você vê um monte de golfinhos.







Antes de chegar às ilhas Ballestas a lancha passa por uma formação de rocha calcária e sedimento oceânico onde existe uma figura enorme conhecida por "candelabro". Alguns dizem que o desenho representa um cacto, já que existem muitos no deserto e ali é um deserto litorâneo. Outros dizem que o desenho foi feito por ordem de San Martín, pois o candelabro era um símbolo maçonico e San Martín era maçon.



Logo depois chegamos às Ilhas Ballestas. O lugar é lindo, mas tem um cheiro horrível. Me senti num programa do National Geografic, pois o que se vê é inexplicável. São formações rochosas com milhões de pássaros, de várias espécies, sobrevoando o mar e gritando. Vimos pinguins de Humbolt, lobos marinhos etc. As rochas têm cor avermelhada, mas por cima são brancas, pois estão cobertas por "guanos", ou seja, cocô de pássaro. O Governo do Peru mantém trabalhadores no local para retirar os "guanos", que são vendidos pelo governo como adubo. Tudo isso preto em cima das pedras são pássaros.






Aí nesta foto tem um lobo marinho bebê... muito fofo!
Um passeio incrível!!!

De volta ao porto, fizemos um lanchinho e em poucos minutos partimos no microônibus até a Reserva Nacional de Paracas. Quando a gente pensa em Reserva, pensa em área verde, né?! Lá não! Lá a área protegida é o deserto.




Paramos um pouco na sede para ouvir explicações sobre a reserva e, para quem quisesse, visitar o museu. A Reserva é muito grande e o passeio inclui apenas alguns pontos dela. Quem quiser pode, por conta própria, visitar os outros lugares, mas vai demorar um dia ou mais para ver tudo. Lá tem camping, pesca, várias praias. Nosso passeio incluía uma praia ( Lagunilla), onde paramos para almoçar, e um mirante de uma formação rochosa chamada "catedral". Tudo lindo também, mas a água do mar é muito gelada!

















Voltamos ao hotel apenas para pegar as mochilas e tomar um banho. Todos os hotéis guardam as mochilas pra você e te deixam tomar banho, sem te cobrar nada mais por isso. Pegamos um ônibus da empresa Saki para Ica. A pasagem custa S/3 e a viagem demora um pouco mais de 1h. O ônibus, nem preciso comentar, era um lixo.

Lima - chegada

Saímos do Rio de Janeiro, com destino a Lima, num vôo noturno da Gol, no dia 07/04/2007. Como chegamos de madrugada em Lima, tivemos que reservar hotel com antecedência. A idéia era ficar no centro de Lima e, na volta da viagem, ficar em Barranco ou Miraflores.


Fizemos reserva em um hotel indicado pelo nosso guia: Hotel España(http://www.hotelespanaperu.com). Diária a S/40, casal, sem café da manhã. Contratamos também, pelo próprio hotel, um taxista para nos buscar no aeroporto (U$ 10).


O hotel era horrível! Eu sou alérgica e o quarto tinha cheiro de coisa fechada e velha. A água do chuveiro não tinha pressão e caía encostada na parede. Além disso, o quarto ficava em frente a uma área onde os gringos, mal educados, conversavam a noite toda. Por tudo isso, mal conseguimos dormir.


O principal atrativo do centro de Lima é a Plaza de Armas. Ali estão a Catedral e o Palácio do Governo. Era um domingo de Páscoa,08/04/07, e a praça estava cheia de policiais. Uma missa estava sendo realizada na Catedral com a presença de Allan García, Presidente do Peru.
Nota: O Palácio do Governo está exatamente onde era a casa de Pizarro e, na Catedral, dizem que estão os restos mortais do conquistador espanhol. Pizarro e um pequeno bando que o acompanhava foram os responsáveis por matar milhares de guerreiros incas e capturar seu líder, Atahualpa. A invasão espanhola teve início em 1532 e Lima foi fundada em 1535.


Da Plaza de Armas saem passeios, a todo minuto, para a Cruz de San Cristoban (S/. 5 por pessoa). Desta cruz, uma espécie de mirante, se vê grande parte da cidade e do Rio Rímac.



Outro lugar interessante, também no centro, é o Museu da Inquisição, ao lado do Congresso. Lá se pode ter uma idéia de como as pessoas que não se convertiam ao catolicismo eram torturadas e julgadas. A entrada é gratuita e a visita é guiada. Ainda neste mesmo dia visitamos a Praça San Martin.



Difícil foi escolher um lugar para comer. Perto da Praça de Armas só se vê imensos restaurantes que vendem frango assado e batata frita. Aliás, quase tudo o que se come no Peru vem acompanhado de batata frita. Decidimos conhecer o Bairro Chino, pertinho do centro, e comer numa Chifa (restaurante chinês). A entrada do bairro tem um portal chinês, fácil de achar. Optamos por uma Chifa chamada "San Joy Lao". Escolhemos rolinho primavera (6 unidades), talharim com pollo (tipo um yakisoba) e Coca-cola de 1 1/2 litro. Tudo isso a S/27. Lá eles não cobram 10%, mas deixamos uma propina (gorjeta).



É muito fácil andar no centro de Lima. Nos hotéis costuma ter mapa e, se não tiver, você pode procurar um policial de turismo. Eles ficam espalhados pelo centro da cidade, são muito atenciosos e possuem um número de telefone para qualquer dúvida que vc tiver, inclusive se um taxista está te cobrando caro pra ir de um lugar para outro.


Muito bacana no centro da cidade são as fachadas das casas. Quase todas possuem uma espécie de varanda feita em madeira trabalhada.



O trânsito em Lima (e no resto do país) é caótico. Todos os táxis e ônibus são muito velhos, batidos e, além disso, os peruanos buzinam o tempo todo e pra tudo. Um inferno!



E se você quer comprar uma camisa de seleção do Peru, a dica é a Avenida Albancay. Ali existem muitas lojas de produto esportivo e uma camisa oficial custa uns S/70.