sábado, 12 de maio de 2007

Arequipa, a cidade branca

Viajamos a noite toda para chegar em Arequipa. Nossa poltrona era ao lado do banheiro e aquilo fedia muito. Os ônibus da empresa Cruz del Sur são melhores que os das outras empresas. Existem vários tipos de serviço: imperial, cruzeiro etc. Para Arequipa fomos no Cruzeiro, que era um tipo executivo, incluía jantar e café da manhã. A janta é um prato de arroz e três pedacinhos de frango picado. O café da manhã é um café horrível (no Peru só tem café solúvel) e um pão com qualquer coisa. Logo após servir o café, umas 6h da manhã, eles fazem um bingo e se você ganhar eles te dão a passagem de volta, pessoal e intransferível. Quase ninguém volta, pois todos são turistas. Então o prêmio não serve para nada!


Chegamos em Arequipa umas 8:30h do dia 13/04. Em Arequipa tem rodoviária! Pegamos um táxi (S/4) e pedimos para nos deixar no hostal Andes House. O taxista ficou dizendo que o lugar era perigoso e quis nos levar para ver outro. Fomos ver e não gostamos. Aí ele quis nos indicar outro. Desse outro nós gostamos e, além disso, ficava perto da praça. o Hostal se chama Vallecito Inn, fica na Luna Pizarro, 126. A dona do hotel é uma senhora muito simpática. As recepcionistas também são super bacanas. A diária nos custou S/55 com café da manhã. No quarto tem Tv a cabo e telefone. O canal 54 é a Globo e você pode ver notícias do Brasil. Na primeira noite ficamos no 2º andar, mas depois mudamos para o primeiro, que é muito melhor. Lá no hotel eles lavam e passam suas roupas por S/5 o quilo. Mandamos muita coisa pra lavar e tudo volta no mesmo dia, limpinho e passadinho.

Arequipa fica a 2.300m de altitude. De dia faz um pouco de calor. À noite é bem frio. Devido à altitude, sentimos muito cansaço (por exemplo: você não consegue falar e andar ao mesmo tempo se estiver subindo uma pequena ladeira) e a digestão é muito lenta (você toma uma sopa e se sente satisfeito). A cidade é conhecida como cidade branca pois quase todas as construções são feitas com "sillar", uma rocha vulcânica branca. Arequipa é cercada por vulcões, mas o único ativo é o Misti e ele fica a 17km do centro da cidade. Misti, em quechua, significa "um senhor muito importante". Outro vulcão que se pode ver, e que fica ao lado do Misti, é o Chachani, que significa "uma mulher", a esposa do Misti. Entre eles existe um vulcão bem pequeno, que seria a filha do Misti. Ao lado esquerdo do Misti fica o vulcão Pichu pichu, ou seja, "pico - pico", dois picos, porque em quechua não existe plural e o tal vulcão tem dois picos.

No hotel pegamos algumas dicas de passeios e de restaurantes típicos. Antes de qualquer passeio comemos "papa rellena", um salgadinho de batata recheado com carne moída. Muito bom!



Primeiro fomos no Monastério Santa Catalina. A entrada é muito cara, S/30 por pessoa, e não inclui guia. Se você quiser fazer uma visita guiada terá que pagar um guia à parte. Pouca coisa tem explicação, mas a visita vale a pena, pois o monastério é lindo e imenso. Ocupa uma área de 20 mil metros quadrados (uma cidade) e foi todo construído em sillar. Você passa horas por lá.


Íamos ao Museu Santuários Andinos, onde a grande atração é a "Dama de Ampato", uma múmia de criança, entre 12 e 14 anos, encontrada em cima do vulcão Ampato. Só que a tal múmia não estava exposta e achamos que a entrada não valia a pena (S/15).




Fomos almoçar em um dos restaurantes indicados por Shirley, uma das recepcionistas do hotel. O restaurante se chama Nueva Palomino e o taxista nos cobrou S/3 até lá. Erramos de restaurante e fomos no Palomino (ao lado do outro e mais rústico que o outro, mas os donos são irmãos). Pedimos um prato típico chamado "triple". Nele vem: pata (que eu não sei o que é direito, mas é horrível!), chincharrón de chancho (costela frita), pastel de papa (batata com queijo) e rocoto relleno (ah, isso é ótimo! É uma especie de pimenta - rocoto, recheado com picadinho de carne, coberto com queijo e levado ao forno. Fica uma delícia, mas vai chegando no final do tal picadinho e você não consegue mais comer de tão apimentado). Tudo isso acompanhado de Inca Kola quente (S/20). Eu já disse que lá no Peru é difícil achar um refrigerante ou água gelados né?


De noite fomos passear na Plaza de Armas e a frente da Catedral estava lotada de gente. Todos assistiam a um telão que transmitia o coral da catedral. Eles cantavam música de igreja com instrumentos peruanos. Lindo!


No dia seguinte fomos no Fundo el Fierro, que é um mercado de artesanato, e depois fomos no Monastério de Santa Teresa (http://www.museocarmelitas.com) (S/5 com carteirinha de estudante). A visita não é guiada e desta vez contratamos uma guia (você paga o quanto quiser. Pagamos S/10).



Lá também é muito bonito, mas não pode tirar fotos. O mais legal é um baú imenso, chamado " Baúl de la natividad", com mais de 120 peças esculpidas em madeira representando passagens bíblicas. O baú se abre todo e quando se fecha as peças se encaixam. Esta foto do baú eu tirei de um site na internet.




Almoçamos num lugar bem próximo da Igreja São Francisco. O restaurante fica na Calle San Francisco, mas não me lembro o nome dele. O menu custava S/5,50 e incluía sopa ou salada, prato principal, suco e salada de frutas. Tudo muito bom!

De lá fomos fazer um city tour no bus tour, um ônibus de dois andares, sendo o andar de cima todo aberto. O passeio sai da Plaza de Armas todo dia, às 14h. Dura 4h e custa S/35 por pessoa. Visita-se 3 mirantes; um mini zoológico que fica numa loja de roupas de alpaca; um lugar chamado Molino de Sabandía (que se paga por fora pra entrar e não entramos) e outro lugar chamado Mansión del fundador (onde não foi possível entrar pois o local estava fechado para uma festa de casamento). O passeio é bacana, pois você vê vários bairros da cidade e o contraste entre os mesmos.





Mirador de Carmem Alto - área de plantações e vulcões.













Mirador de Yanahuara e casamento na praça.










Vicunha no zoológico. A vicunha tem a lã muito fina. Você precisa de um monte de vicunhas pra conseguir 1kg de lã, porque cada vicunha produz apenas 200gr de lã a cada dois anos. A Vicunha é um animal selvagem, diferente das llamas e alpacas, que são domesticadas no Peru.

Quando o city tour terminou, ainda fomos a uma loja de artesanatos comprar chullos (gorros com proteção para orelha), pois no dia seguinte iríamos numa excursão para o Cânion do Colca, que fica a uns 4.000m de altitude.