segunda-feira, 28 de maio de 2007

Copacabana - Bolívia

Dia 20 de Abril, doze dias passeando pelo Peru. Chegou a hora de conhecer um pedacinho da Bolívia. Como já havia dito, fomos de Puno para Copacabana num ônibus da empresa Colectur. Na fronteira com a Bolívia eles param numa lojinha de câmbio pra você trocar seus Soles por Bolivianos. Não deveríamos ter trocado na loja indicada por eles. Mais à frente existem várias outras lojas que trocam sem descontar tanto. Nós não sabíamos disso e acabamos trocando cada Sol por 2,30 Bolivianos, sendo que em outras lojas eles trocavam por 2,40. No câmbio oficial, cada sol vale 2,50 Bolivianos. Além de perder dinheiro na troca, na própria loja eles nos passaram uma nota de 50 Bolivianos falsa. No Peru e na Bolívia existem muitas moedas falsas circulando, não só notas, mas também moedinhas. No hotel que ficamos em Lima nos deram uma moeda falsa de 1 sol. Bom, no final das contas, você sempre consegue passar pra frente a tal nota ou moeda falsa. Mas dá trabalho! Após trocar os soles, temos que carimbar nosso passaporte com a saída do Peru e carimbar de novo a entrada na Bolívia. O ônibus te espera do outro lado da fronteira.

C
hegando em Copacabana, temos que pagar uma taxa de 1 Boliviano. Eles chamam de taxa turística para visitar o santuário de Copacabana. Neste ônibus conhecemos dois brasileiros (os primeiros que encontramos em toda a viagem). Eles estavam retornando ao Brasil e nos deram algumas dicas de hotéis em Copacabana. Visitamos um deles, chamado Ambassador. Muito feio, sem TV e sem café. Diária a 50 Bol. Fomos procurar outro e numa agência de viagens uma garota nos mandou ao Los Andes. O quarto tem vista para o lago, TV e café da manhã. A diária custava 60 Bol e decidimos ficar.


Copacabana é uma cidade bem mais agradável que Puno. Fica à beira do lago Titicaca no lado da Bolívia. Aqui sim o lago é azul. Saímos para almoçar (menu a 10 Bol.) e comprar tickets de barco para a Ilha do Sol (20 Bol. ida e volta). Não sabíamos direito o que esperar de Copacabana e de La Paz, porque não compramos um guia de viagens da Bolívia. Fizemos os passeios que encontramos indicados no site mochileiros e em outros blogs. Existe uma outra ilha em Copacabana, a ilha da Lua, mas ela não estava aberta para visitas.





Depois do almoço descansamos um pouco e por volta de 16:30 fomos conhecer o "Calvário", de onde se tem uma vista espetacular do por do sol no lago Titicaca. O Calvário fica no alto de um morro enorme, com subida íngreme de pedrinhas que rolam e te levam junto. Pelo caminho existem 7 cruzes que mostram os passos de Jesus até a crucificação. Subi bem devagar, parando várias vezes para descansar e tirar fotos. Mas vale a pena porque o por do sol lá de cima é maravilhoso e você tem uma vista muito legal da cidade.






Saímos à noite querendo comer pizza. Achamos um lugar bem bacana, todo enfeitadinho, com buffet de saladas e comidas a la carte. Comemos uma pizza vegetariana, de berinjela, queijo e cogumelos. Uma delícia! Voltamos cedo ao hotel pois no dia seguinte o passeio para a Ilha do Sol sairia às 8:30h e duraria o dia todo.

Para visitar a Ilha do Sol você pode optar por ir de manhã, descer no lado norte da ilha e caminhar até o lado sul, retornando a Copacabana no fim do dia; ou senão, ir na barca da tarde, que pára no lado sul, dormir na ilha e voltar no dia seguinte. Optamos por ir e voltar no mesmo dia.


O barco que nos leva até a ilha é muito estranho e desconfortável. A viagem demora umas duas horas. O cara do barco passa pelo porto do lado sul da ilha e te mostra o ponto de encontro. Depois o barco anda, anda, anda.... uns 40min para chegar no lado norte, onde desembarcamos. Eu pensei: Meu Deus, vou ter que voltar a pé até o lado sul???? São 40min de barco, imagine a pé!!!!!



Bom, deixei esse pensamento ruim de lado e, chegando no lado norte, seguimos um guia pela trilha de pedra... subida, descida, subida, descida.... fiquei pra trás de novo!!!! Mas tirei muitas fotos!




Gente, os burrinhos lá são tão peludos!




Quando conseguíamos alcançar o guia ele já estava no final das explicações, mas quando chegamos na "pedra sagrada dos incas" eu consegui ouvir tudo. Antes de se chegar na pedra sagrada passamos pela ruína do que seria uma das portas do templo sagrado. Eram 7 portas, mas só restaram as ruínas de 3 delas. Os incas chegavam até estas portas carregando aquilo que tinham para oferecer ao seu Deus (folha de coca, milho, cobre etc). Um sacerdote era encarregado de escolher quem entraria no templo e quem não entraria. As pessoas escolhidas eram as que tinham "sorte". Ao chegar na última porta, elas entravam de joelhos, carregando suas oferendas até a pedra sagrada.


Como eu já contei, os primeiros incas se diziam filhos do Deus Sol. Eles teriam emergido do lago Titicada, que tem o formato de um Puma. Além de tudo isso, o Deus criador do universo, para os incas, se chamava Viracocha.



A Ilha do Sol era um lugar sagrado, onde existia um templo dedicado a cultos e sacrifícios. Isto porque nesta ilha existe uma pedra que, por causa da erosão, tomou formato de um puma e do rosto de Viracocha. É só olhar com carinho para a pedra que vocês poderão ver o rosto de um puma, com a boca bem aberta, o olho esquerdo puxado e o olho direito normal. Do lado direito da cabeça do puma tem um desenho meio triangular (lá em cima). Isto é o rosto de Viracocha. Conseguiram ver? Se não conseguiram procurem um oftalmo!





Bem na frente da pedra sagrada fica uma mesa dedicada a sacrifícios e, ao lado, uma ruína do templo inca chamada "Chinkana", que em quechua significa "labirinto". Tudo muito bonito.


O difícil é decidir se você volta para o barco com o guia ou vai andando até o lado sul da ilha. Já eram 12:30h quando começamos a andar e você tem que chegar no outro lado da ilha até 15:45h, quando sai o barco. Decidimos andar, pois o guia disse que a trilha era tranquila.





Tranquila uma ova!!!! Andei pra caramba! Subidas e descidas intermináveis! A paisagem era linda, mas a hora passava muito rápido e eu já estava achando que não ia dar tempo. O sol estava de rachar e eu não tirei o casaco com medo de me queimar muito. Lá no alto da ilha, quando você não aguenta mais andar, fica uma garota vendendo água e banana. Tudo muito útil, pois nossa água já estava no fim e a fome era negra. Mais à frente tinha um outro lugar que vendia alguma coisa. Não paramos ali, seguimos a caminhada e o porto sul nunca chegava. Avistar o porto sul foi uma felicidade. Eu pensei: "ainda bem que não escolhi fazer o passeio de tarde e dormir nesta ilha". A maioria dos hotéis ficam do lado sul, só que pra se chegar até eles você tem que subir muitas escadas e rampas. Vi algumas pessoas chegando na ilha com mochila nas costas penando pra subir aquilo. Quando estávamos descendo para o porto vimos um grupo de brasileiros, todo mundo com o mesmo casaco da "Trilhas e rumos". Perguntei se o casaco estava na liquidação, mas não deu tempo de parar, pois estava na hora do barco sair.



De volta a Copacabana, ainda conseguimos ver o por do sol da janela do quarto do hotel e um pedaço de um programa estilo Silvio Santos chamado "Sabado Gigante". Uma comédia! Uma mulher foi fazer propaganda de bolas tipo de pilates para malhar. Ela disse que era muito fácil e o apresentador chamou umas 4 mulheres da platéia para fazer os exercícios. Quem fizesse melhor ganharia U$ 1.000. Todas eram muito gordas e o apresentador perguntou a uma delas qual o tipo de exercício ela havia gostado mais. Ela respondeu que nenhum e ele disse: "é por isso que você está assim". hahahahaha!!!
A última noite no hotel Los Andes foi de lascar. Eles hospedaram uma família com duas crianças no quarto acima do nosso. Quase 1h da manhã aqueles pestinhas corriam de um lado pro outro no quarto. O piso é de madeira empenada... imagina o barulho a noite inteira!

No dia seguinte compramos passagens para La Paz na empresa Colectur, a mesma que nos levou até Copacabana. Só que até La Paz o ônibus se chama Milton Tours. A passagem custa 25 Bol por pessoa (aproveitamos para devolver a nota que nos passaram na fronteira), o ônibus sai às 13h e chega por volta de 16:30h.